Análise do filme Atlas

Um filme que aborda a nossa capacidade ou incapacidade de conexão com o outro. É possível pensar nos traumas e mecanismos de defesa que geram essa dificuldade, bem como nos caminhos de superação da personagem.

ANÁLISE DE FILMES

Fábio Matheus

6/30/20241 min read

Análise do filme Atlas
Análise do filme Atlas

       O filme Atlas (2024), disponível na Netflix, retrata um conflito entre humanos e robôs com inteligências artificiais que decidem que o melhor para a salvação da Terra é acabar com a existência humana. A protagonista, Atlas, é chamada para ajudar a resolver o caso por ser uma pessoa metódica e dedicada. De cara, o capitão não queria que ela fosse chamada para compor a equipe responsável pela missão, ocasião em que destaca seus defeitos, enquanto o General aponta suas qualidades, afirmando que não a abandonaria por não ser simpática. Aqui temos a primeira lição: mesmo com nossos traumas, inclusive por conta de alguns deles, desenvolvemos algumas potencialidades, mas também algumas defesas.

      Após alguns incidentes, Atlas precisa fazer uma conexão neural com o robô chamado SMITH, porém teme tal conexão por conta de seu trauma. Essa é uma forma magistral de representar os efeitos de um trauma! Essencialmente, o trauma afeta nossa ligação com o outro, nossa capacidade de confiar, de relaxar, de nos relacionarmos, de simplesmente ser! O robô, SMITH, pacientemente vai demonstrando que está ali para ajudá-la. Entre medos e recusas, Atlas vai cedendo, se entregando à dependência, passando, dessa maneira, por uma experiência emocional corretiva, o que a possibilita enfrentar e libertar-se de seu maior trauma, retomando uma vida mais leve e significativa. A trama do trauma e do enfrentamento é apenas para quem assistiu ao filme! Sem spoiler!

Ah se todo mundo pudesse ter alguém em quem confiar! Se todo mundo pudesse se libertar dos traumas, culpas e defesas! A vida seria bem mais leve...

Fábio Matheus
Psicanalista